Nesse sentido, a mudança promovida pelo obrigatório confinamento social têm repercutido imensas reflexões e mudanças no que tangem os nossos vínculos interpessoais, modos de produção, modos de interpretação de nossas próprias jornadas, utilização (e ressignificação) da tecnologia, planejamento de gastos e perspectivas futuras, cuidado para com aqueles que nos são queridos e com toda a humanidade e uma nova perspectiva global a respeito da diferença. Eu defendo, particularmente, que uma nova sociedade só possa emergir de uma nova consciência.. E, para que tal processo possa ser iniciado, é imprescindível que haja a instalação de um caos criativo que torne a ordem anterior obsoleta, para todos os fins, para que juntos possamos construir uma realidade que contemple as necessidades e diferenças de todos. Portanto, acredito na função social relacionada à situação ao qual nos temos submetido diante deste evento. É importante, a partir de um colapso tão inesperado mundial, que os governos estejam preparados para eventos futuros no que tange o contexto administrativo e público de saúde - haja vista que uma nova onda possa voltar a ocorrer, a qualquer momento. Ainda nessa perspectiva, é necessário que tomemos consciência, enquanto coletividade, no que se refere ao nosso papel enquanto seres políticos e sociais. Somos todos um, uma só humanidade que transcende todas as barreiras de nacionalidades, gêneros, cores, idades, condições sociais, condições intelectuais e precisamos reiterar nosso papel no mundo enquanto pessoas sensíveis e sensatas. Acredito que as transformações atuais se farão necessárias, cada vez mais, e se tornarão parte integrante desta nova realidade humana. É preciso ir além, para que a consciência coletiva esteja cada vez mais viva e pulsante dentro de cada um de nós..