Ao tocar um coração, seja apenas outro coração. Todos interagimos com diferentes versões de nós mesmos quando trocamos energia com os seres que se encontram ao nosso redor haja vista que relações são espelhos de nossos aspectos mais sublimes e, também, mais enfraquecidos. Portanto, o que te distancia do outro, te distancia de si mesmo.. Somos um, unidos pela liberdade de interagir com nossas próprias sombras.

A unidade e sua infinitude fazem parte do processo de nascimento e de morte de qualquer ser. Perpassamos inúmeras vezes por construções e desconstruções de diferentes identidades para enterdermos que nenhuma temos, somos apenas Amor. As sombras são reflexos de uma essência amorosa infindável em constante aprimoramento..

Desapegar-se nos liberta e a liberdade é o único pré-requisito de nossa potencial felicidade.. Ela é matéria-prima de nossos sonhos, bem como a base evolucionária de tudo o que nos propomos a atingir ao encarnar através de nossas escolhas. Se, em nossos corações, nos apegarmos a qualquer coisa que seja - raiva, ansiedade, ideologias, matéria, seres -, perdemos as infinitas possibilidades de enxergarmos nossas sombras e nos sentirmos plenos.

O fogo que incandesce em nossas veias é a morada da criação de tudo que existe e do que pode, potencialmente, vir a tomar uma forma diferente da qual existe. Se soubermos compreender esse poder, entenderemos o propósito que rege a mecânica do Universo. A expansão e sua consequente contração de consciência são primordiais para o processo dual de compreensão de si mesmo.

A centelha de nossa criança interior rege a sinfonia da vida em suas infindáveis nuances.. Se caracterizando pela abertura através da qual o universo se observa e se explora. As águas que me conceberam a luz são as mesmas as quais irradiarei a minha para o universo, através do potencialíssimo poder feminino de amor que habita em mim, e que habita em você.

A tristeza não consegue tocar o homem que não é escravizado por si mesmo.. Pois ele nada possui, é passível de amar incondicionalmente a existência de tudo o que o cerca.

terça-feira, 21 de julho de 2020

O Cenário Pandêmico e suas Repercussões



Diante do cenário ao qual estamos vivendo, diversos processos psicológicos emergiram e tornaram-se conscientes no arranjo coletivo de toda a humanidade. Muitas pessoas, na atual conjuntura, tem sofrido com o desenvolvimento de sintomas psicológicos variados relacionados ao estresse, ansiedade e depressão decorrentes da privação social, do confinamento e de todo o contexto envolvendo a preocupação com seus familiares e amigos, sobretudo ao luto relacionado aos entes queridos que se foram e do colapso do sistema de saúde - o que implica em preocupações, diante das incertezas, para os dias futuros no que tange a saúde e a economia do país. É nesse âmbito que surgem diversos fenômenos sociais, emergindo desse caos coletivo. Fenômenos que antes, por muitos, vinham sendo mascarados mas que, ao longo do período de confinamento social, foram sendo agravados pela impossibilidade de fuga e constante confrontação com as sombras trazidas, renegadas anteriormente pelo Zeitgeist frenético da perspectiva de produção e adoecimento do sistema - movido pela aceleração perceptiva do tempo e uma nova configuração de espaço.

Nesse sentido, a mudança promovida pelo obrigatório confinamento social têm repercutido imensas reflexões e mudanças no que tangem os nossos vínculos interpessoais, modos de produção, modos de interpretação de nossas próprias jornadas, utilização (e ressignificação) da tecnologia, planejamento de gastos e perspectivas futuras, cuidado para com aqueles que nos são queridos e com toda a humanidade e uma nova perspectiva global a respeito da diferença. Eu defendo, particularmente, que uma nova sociedade só possa emergir de uma nova consciência.. E, para que tal processo possa ser iniciado, é imprescindível que haja a instalação de um caos criativo que torne a ordem anterior obsoleta, para todos os fins, para que juntos possamos construir uma realidade que contemple as necessidades e diferenças de todos. Portanto, acredito na função social relacionada à situação ao qual nos temos submetido diante deste evento. É importante, a partir de um colapso tão inesperado mundial, que os governos estejam preparados para eventos futuros no que tange o contexto administrativo e público de saúde - haja vista que uma nova onda possa voltar a ocorrer, a qualquer momento. Ainda nessa perspectiva, é necessário que tomemos consciência, enquanto coletividade, no que se refere ao nosso papel enquanto seres políticos e sociais. Somos todos um, uma só humanidade que transcende todas as barreiras de nacionalidades, gêneros, cores, idades, condições sociais, condições intelectuais e precisamos reiterar nosso papel no mundo enquanto pessoas sensíveis e sensatas. Acredito que as transformações atuais se farão necessárias, cada vez mais, e se tornarão parte integrante desta nova realidade humana. É preciso ir além, para que a consciência coletiva esteja cada vez mais viva e pulsante dentro de cada um de nós..




Thais Monasterio,
(Arya).


29 de junho de 2020
#reflexõesdesempre